quarta-feira, 23 de maio de 2007

Eternidade I


E esse tudo em mim se fará outro
condensado o que já não pode mais ser sem
Inconcebida a ausência de si próprio.
Caminhos devenientes ao infinito
à sombra do adeus que a si mesma devora

Esguicham saudades das frestas entre átimos
Incompreensão necessária da distância irreal,
Absurdo em essência recendente de entrega
incondicional das aspirações de algum ser

Jorra pra fora esse teu grito de pertença
Acende ao mundo a negação do teu fim!
Clama por Aquela que te faz existir
na completa confusão das telas sob os olhares,
entregue o espírito à certeza de restar:

Pari-me, ó Mãe das minhas negações
Em ti – só em ti... – reconheço o que resiste
sobre os derretimentos dos meus nadas
Pódio reluzente da minha pobre deidade,
custódia da salvação que em mim opero

Clareia o entorno onde não estou
tragado p’ras entranhas de tua presença
a encampar minha pequenez observante
Embriagada.
Devota.

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