quinta-feira, 19 de abril de 2012

Xingu

João Nogueira e Paulo César Pinheiro


Pintado com tinta de guerra
O Índio despertou
Raoni cercou os limites da aldeia
Bordunas e arcos e flechas e facões
De repente eram mais que canhões
Na mão de quem guerreia!

Caraíba quer civilizar o índio nu
Caraíba quer tomar as terras do Xingu

Quando o sol resplandece os raios da manhã
Na folha, na fruta, na flor e na cascata
Reclama o pajé pra Tupã
Que o curimatâ sumiu dos rios
E o uirapuru fugiu por alto da mata
Toda caça ali se dispersou
Oh, Deus Tupã, benze a pedra verde, a muiraquitã
Que os Índios estão se juntando igual jamais se viu
Pelas Terras do Pau Brasil!

É Krenakarore, Kaiabi, Kamaiurá
É Txucarramãe, é Kretire, é Karajá

Eh! Xingu
Ouvindo o som do seu tambor
As asas do Condor, o pássaro guerreiro
Também bateram se juntando ao seu clamor
Na luta em defesa do solo brasileiro
Um grito de guerra ecoou,
Calando o uirapuru lá no alto da serra
A Nação Xingu retumbou
Mostrando que ainda é o Índio
O dono da Terra

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Scripta etiam volant...



“... E é isto a vida literária! Futuro! Que futuro pode ter uma obra escrita na areia da praia, como os cânticos de Anchieta? Tivesse eu a certeza de que uma só de minhas páginas viveria e ficaria contente... Mas não se vive em túmulo e o português... Não vale a pena. Anchieta, ao menos, tinha um leitor: o mar. E eu?”

(Aluísio Azevedo)