sexta-feira, 31 de março de 2006

Tambor de couro

Ronaldo Silva


Pro João Gomes eu mandei um verso
Antigo
Dizendo poeta é como chama
Acende
É lamparina no calendário das
Luzes
Outro azul que me ilumina
No ver da gilva eu vi você saindo
Eu vi você sumindo pro Iriri de vez...

De madrugada canta o galo
Anunciando
Que o dia já vem raiando
E tá na hora de acordar
Parece a força da maré numa
Reponta
Parece o rasgo da campina do
Encantado
Parece o cabo da viola pontiando
Na mesma jura aquele anel dedilha
O aço
Levanto o macho e vou cantar pra
Ilha escura
Vou fazer procura, vou fazer
Bumbá...

Bumbando o norte no capim
Nas água grande
Nas cores
Na violeta que o sol vem alumiar

Eu canto e o meu tambor
de couro
Alucina...

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