quinta-feira, 13 de maio de 2004

Lena Frias


Esta revista está de luto. Acabo de saber da morte da jornalista Lena Frias, na manhã de ontem no Rio de Janeiro. Nestes tempos em que a indigência moral e cultural da grande maioria da imprensa nacional nos desespera e que os valores e sentimentos verdadeiramente brasileiros são dioturnamente rapinados pelos abutres da imbecilização colonialista, é duro e triste demais perder tão cedo uma guerreira de tanto valor.

Nossa trincheira está triste e vazia. Como alerta aos que ficamos com a árdua tarefa de levar em frente o pavilhão, e em homenagem a quem tão brava e brilhantemente cumpriu seu papel, reproduzo um pequeno trecho de sua autoria, citado pela edição de ontem de O Globo On line:

"Meu compromisso é com tudo aquilo que revela e exprime as matrizes da nossa identidade, da nossa verdade e da nossa integridade de brasileiros. Por isso, escrevo com tanta paixão sobre o cantador Azulão da Feira de São Cristóvão, sobre Patativa de Assaré, Ariano Suassuna e Antônio Nóbrega. Sobre Gilberto Freyre e Câmara Cascudo. Sobre superstições e lendas do nosso fabulário. Sobre cordel e grial, batucadas e batuques, músicas e sons. Sobre as raízes pré-ibéricas do boi amazônico, os mistérios caboclos dos caruanas (...) ou qualquer outra expressão ou manifestação desse amplo espectro que me explica e nos explica. Foi a missão que recebi de Deus."

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