terça-feira, 27 de abril de 2004

Soneto para Eduardo


Coisa não há que mais hoje me espante
Nem maior gosto talvez proporcione
que ver os liames tecidos na insone
atalaia de oculto vigilante

A unir o que os caminhos põem distante.
E por mais que a longitude aprisione
Nenhuma força resiste o bastante
a esse anjo a nos servir de cicerone

Mas eis que se desvela a efígie ignota:
da emoção recôndita num lampejo
emerge dentre as brumas a garota

que nitidamente agora revejo
cacos de vidro em punho, triste e rota
trocados pr’uma pizza e por um beijo

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