segunda-feira, 8 de março de 2004

Refúgio


O Grande Espírito das matas encerrará meu ser quieto

E o seio da Hiléia guardar-me-á do pavor

da mediocridade e da covardia

Quero me esconder nas profundas escurezas e como boto

emergir troçante de visagens sem destino

de viagens em desatino


Entre purus e roixinóis

Ficará minha música total... Silenciosa.

Minhas lágrimas inundarão Alenquer e

pelo Surubiú descerão ao Rio-Mar


Na imensidão dos verdes e ventos

toda a vaidade sucumbe

Quero perder-me nos caminhos de Ossain

E deixar-me aos apelos da Iara

Quando a viração eriçar-me a barba descomposta


E o Espírito do Homem há de pairar novamente sobre as águas


(Fernando Szegeri, setembro/2003)

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