sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Carta aberta a Orlando Silva

Augusto César Petta
Maria Clotilde Lemos Petta


Querido Orlando,

Neste momento, em que você, nossa família e nosso Partido são atingidos por uma das mais sórdidas campanhas difamatórias tramadas pelo PIG (Partido Imprensa Golpista), queremos expressar nossos sentimentos.

Nós, que já acompanhávamos com muita admiração o dia-a-dia da sua vida, ficamos ainda mais orgulhosos da postura destemida e ética com que você enfrentou esse verdadeiro massacre.

É muito cruel, para nós que lutamos contra a ditadura militar, na defesa da liberdade e contra o arbítrio, vermos pessoas como você, que dedicam a vida para defender os oprimidos, serem submetidas à tortura moral, na tentativa de assassinato da sua reputação e na inviabilização do seu trabalho político.

É muito covarde a forma como as elites dominantes, que detêm todos os mais poderosos meios de comunicação para defender seus interesses escusos, manipulam as informações e divulgam, sem nenhum escrúpulo, mentiras caluniosas, atingindo pessoas e famílias honradas.

Para nós, como sindicalistas, que dedicamos grande parte de nossas vidas à luta contra as injustiças que atingem os professores e os trabalhadores em geral, é muito revoltante vermos a grande injustiça que está sendo feita a um homem que realiza um trabalho reconhecidamente competente e que contribui para que o Brasil se desenvolva de forma soberana, fraterna e justa.

Dona Vanda, sua mãe, descreve fatos que enaltecem sua linda trajetória de vida. Você é um brasileiro que, como tantos outros, começou a trabalhar ainda na infância. Vendia doce na praia para ajudar no sustento da casa. Sua mãe conta com orgulho que você sempre foi muito estudioso e que muitas vezes – como não tinha dinheiro suficiente para o transporte para chegar à escola – levantava de madrugada, ainda na escuridão, e, aconselhado por ela, contava as estrelas para que o trajeto a pé ficasse mais bonito. Ela diz que teve grande alegria quando você, conseguindo superar todas estas dificuldades, ingressou no curso de Direito da Universidade Católica da Bahia e, posteriormente, foi o primeiro e único estudante negro eleito Presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Mais recentemente, ela também ficou muito feliz quando soube que você adquiriu, aos 39 anos de idade, seu primeiro e único imóvel – um terreno rural para construir sua casa. A forma como a mídia divulgou esta aquisição ultrapassou o limite do ridículo!

Acompanhamos o sofrimento de Dona Vanda, mulher simples e admirável, ao ver o filho ser insistentemente caluniado pela mídia golpista. Por ironia do destino, ela recebe, exatamente no dia do seu aniversário, a notícia de que seu filho não é mais Ministro do Esporte!

Entretanto, o que pode parecer ser uma derrota é só o final de uma batalha, que não é a primeira e nem será a última de uma guerra sem tréguas. Temos a certeza de que você, com sua força e determinação, sai desta batalha como um líder maior . A vida se encarregará de desmascarar os caluniadores e esclarecer a verdade aos homens e mulheres de bem que hoje – por desconhecimento, ingenuidade ou falta de consciência política – são induzidos a acreditar nessas calúnias. O tempo se encarregará de restabelecer a verdade.

Temos a convicção de que, com sua competência e brilhantismo, tendo como base um Partido unido, coeso e mais amadurecido com essa experiência, você ocupará outros espaços na luta, continuando a exercer o papel importante que lhe cabe neste momento da história de nosso País.

No fim desta batalha, queremos que saiba que estamos ainda mais orgulhosos de ter você como companheiro da Tininha, nossa filha, e pai da Maria, nossa neta.

Hoje, os que tramaram contra você, nossa família e nosso Partido certamente estão comemorando! Mas não podemos nos esquecer de uma frase de Che Guevara: “Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera”. 

Um grande abraço!



Tide e Augusto




A publicação desta carta é a reafirmação pública incondicional do que já escrevera neste espaço em 29 de maio de 2007, sobre Orlando Silva, meu amigo pessoal e grande correligionário:  "compete-me declarar publicamente minha absoluta e irrestrita confiança na honestidade pessoal, honradez e compromisso cívico do Ministro Orlando Silva Júnior. Na história da República podem-se contar, possivelmente nos dedos de uma só mão, os ministros de estado oriundos dos estratos populares que exerceram o cargo estritamente como cumprimento de um dever para com a Nação, sem nenhuma nesga de ambição pessoal, como um simples funcionário devotado à sua missão. E este é o caso do Ministro Orlando, afirmo com toda a convicção de que sou capaz."

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