quinta-feira, 30 de abril de 2009
Dois homens
Quem são esses dois homens?
O que são estes quatro olhos que tantas vezes deparei?
O que são essas faces translúcidas de uma verdade que não tem como nem por quê?
Homens dignos. Homens fortes.
Homens-meninos, dilacerados.
Não se vêem
Lágrimas
Rios inundam seus corações apreensivos. Esperançosos...
Eles não entendem.
Eles não agüentam.
Mas resistem.
Em meio ao alarido das vozes e das desimportâncias
Há um silêncio emoldurado por sorrisos esmaecidos
Há um grito de socorro a lhes rebentar no peito
Dois homens tão diferentes
Dois machos
Postados frente a frente
Dois corações outrora apaziguados
Pela Beleza
E sua força avassaladora
De tudo juntar e construir
e pôr a diante
Por sua delicadeza absoluta e dominante
Dois alazões araganos
Arfando ventas de
Deslumbramento. E mansidão
A Beleza está ferida.
As feras então domadas
Estão que não se agüentam
Na sua impotência de meninos atônitos
Dir-se-ia que se bateriam
Suspenso o braço intermediador
Enfraquecido o poder catalizador
a mantê-los lado a lado
Repeitantes.
Mas eles não entendem
E os seus olhos bradam súplicas
De razões:
- Não a Beleza, não ela...
Porque se fizeram cativos dessa imensidão
Porque se despiram da incômoda armadura
Embalados por seus braços
Ninados em seu colo
São homens feridos. Alquebrados.
Sequer podem lutar...
Os anos pesam em suas faces
As barbas maldisfarçam mil rugas
De milhão de gerações
E tormentos
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