quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Um jardim


"Uma rosa é uma rosa é uma rosa", teve ocasião de esclarecer-nos oportunamente a grande Gertrude Stein, com a perspicácia única e ululante dos poetas. Sem muitos riscos lógicos, só os inevitáveis, creio-me seja permitido afirmar, pois então, que um jardim é um jardim é um jardim.

Voltei a querer um jardim, sabem? Um jardim honesto, eis o desejo, mais que idéia, que me vem assaltando. Sem intenções, sem obrigações – porque a casa, mais que a vida, é minha: apenas um bom e velho – sobretudo! – jardim. Onde se possa minimamente dispor flores e pedras e reticências. E um banco. Não é possível, ou se é, não tem a menor graça, um jardim sem um banco.

Os há muito, hoje em dia, jardins. Mas raramente guardam a simplicidade existente dos velhos jardins; que não se davam a utilidades, e menos ainda a bazófias.

Que haja, pois, um jardim com um banco com um eu no banco no jardim. Que o jardim exista para ser disponível ao jardineiro e aos olhos passantes. Menos aos olhos concretos do que aos possíveis... Simplesmente, assim.

Um jardim.

Um comentário:

  1. Que bom tê-lo de volta, seus textos fazem falta.

    Abração meu chapa.

    ResponderExcluir