quinta-feira, 6 de outubro de 2005

Eternidade II

"A carne que se transforma
em verbo sabe que morre"
Hélio Pellegrino

Quisera fazer poesia
desse instante perpetuar
o gozo em idéia
O esvair-se em permanência iludida
do poder de alçar
à palavra o que é tempo
Fazer eternidade do que é sentimento
solidão do que é entrega

Não fossem o sentimento
e a entrega
O gozo
O tempo
Negação do mesmo que esvai solidão
debruçando pelo Outro

Não fosse a palavra sentença
da possibilidade condenada
ao mesmo
Não-gozo

Não fosse a Eternidade
Palavra em poesia possível
no mesmo Tempo

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