sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

Cinzas

Então da poesia fez-se a vida
explodida nas possibilidades reinventadas
E a Incerteza imperou no fluido
Tríduo em que tudo brota
de outra razão

E então do dado fez-se o nada
no Interstício todo prenhe de volúpias
de vir

O horror deste dia não mora no silêncio:
o coração ainda banzeia de melodias rodopiadas;
os confetes despedaçam-se aos poucos da alma
E mesmo guardada a fantasia exalará auspícios

A tristeza não cinzenta de saudade:
a Colombina ainda esparge seu perfumoso delírio
E nunca houve um tão Pierrô
Engolido pela lágrima única e própria

As náuseas quartas habitam a realidade
furiosa de certezas.
Vomitam-se reticências sobre as cinzas
de um possível que morre
Mesmo.

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