Este belíssimo poema foi por mim publicado neste espaço em 28 de agosto de 2009, com autoria errôneamente atribuída ao grande poeta amazonense Aníbal Beça, por ocasião de sua partida para a morada dos Ancestrais. Faço a republicação como sincero pedido de desculpas ao autor e reconhecimento público do meu imperdoável erro. Na postagem original substituí-o por um extraordinário soneto de Beça, que merece ser lido. Lá, ainda, pode ser encontrado o comentário de Luiz Alberto Monjeló, em que apontou o erro cometido, bem como minha resposta-explicação acerca do ocorrido.
Quando eu passar a porta escura
Luiz Alberto dos Santos Monjeló
Quando eu passar a
porta escura
e minha ausência
deixar saudade
quando sentires
minha falta tanta,
e for tamanha a
dor que sintas,
abre meu livro em
qualquer hora,
e então me leias
e me devora.
Vais descobrir
minhas lembranças,
de meus amores
tempo afora,
das muitas coisas
que fui e fiz,
de tantas outras
que quis outrora.
Frases de mim, do
que fui e sou,
coisas de ti,
entre palavras,
falo de amores,
falo de mágoas,
falo de tudo
porque passei,
porque pequei,
porque paguei.
Relembro encontros
que me ensinaram,
muitos alguéns
que já não importam
Mostro a minha
vida que vivo agora,
mais feliz por me
entender
e atender meus
desejos todos,
alguns tão tolos,
outros nem tantos,
mas sempre puros.
Quando eu passar a
porta escura,
lembra de mim
assim.
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