terça-feira, 27 de maio de 2008

Serenata

Silvio Caldas e Orestes Barbosa


Dorme, fecha esse olhar entardecente
Não me escutes nostálgico a cantar
Pois não sei se feliz, ou infelizmente
Não me é dado beijando-te acordar...
Dorme, deixa os meus cantos delirantes
Dorme, que eu olho o céu a contemplar
A lua que procura diamantes
Para o teu lindo sono ornamentar

Na serpente de seda dos teus braços
Alguém dorme ditoso sem saber
Que eu vivo a padecer
E que o meu coração feito em pedaços
Vai sorrindo ao teu amor
Mascarado desta dor
No teu quarto de sonho e de perfume
Onde vive a sorrir teu coração
Que é teatro da ilusão
Dorme junto aos teus pés o meu ciúme
Enjeitado e faminto como um cão


Valsa-canção gravada originalmente
por Silvio Caldas para a Victor
em 12/10/1934


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