sexta-feira, 4 de fevereiro de 2005

Senhoras, senhores.

Enfim: Carnaval! São chegados os dias da suspensão de todas as reticências, de todos os senões. O Carnaval é o palco da grande dialética essencial.

O que parece festa profana é na realidade a maior celebração do perdão, o único sentimento verdadeiramente religioso. Do perdão de nossa pequenez, de nosso acovardamento diante da vida.

O que insinua irrealidade, contrariamente, é um pleno despir-se das fantasias e personagens tristes que criamos pra sobreviver no oceano da insignificância total. Nas máscaras mostramos nossa face real. Só no descompromisso pode-se viver a vida a sério.

Hoje eu não quero sofrer. Até quarta-feira!

Canta, Dircinha:


O primeiro clarim

(Klecius Caldas e Rutinaldo)


Hoje eu não quero sofrer
Hoje eu não quero chorar
Deixei a tristeza lá fora
Mandei a saudade esperar
Lá, rá, rá, rá,
Hoje eu não quero sofrer
Quem quiser que sofra em meu lugar

Quero me afogar em serpentinas
Quando ouvir o primeiro clarim tocar
Quero ver milhões de colombinas
A cantar "trá, lá, lá, lá, lá, lá"
Quero me perder de mão em mão
Quero ser ninguém na multidão...
Lá, rá, rá, rá

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