João Nogueira e Paulo César Pinheiro
Pintado
com tinta de guerra
O Índio
despertou
Raoni cercou
os limites da aldeia
Bordunas e
arcos e flechas e facões
De repente
eram mais que canhões
Na mão de
quem guerreia!
Caraíba quer
civilizar o índio nu
Caraíba quer
tomar as terras do Xingu
Quando o sol
resplandece os raios da manhã
Na folha, na
fruta, na flor e na cascata
Reclama o
pajé pra Tupã
Que o
curimatâ sumiu dos rios
E o uirapuru
fugiu por alto da mata
Toda caça
ali se dispersou
Oh, Deus
Tupã, benze a pedra verde, a muiraquitã
Que os Índios
estão se juntando igual jamais se viu
Pelas Terras
do Pau Brasil!
É
Krenakarore, Kaiabi, Kamaiurá
É
Txucarramãe, é Kretire, é Karajá
Eh! Xingu
Ouvindo o som
do seu tambor
As asas do
Condor, o pássaro guerreiro
Também
bateram se juntando ao seu clamor
Na luta em
defesa do solo brasileiro
Um grito de
guerra ecoou,
Calando o
uirapuru lá no alto da serra
A Nação
Xingu retumbou
Mostrando que
ainda é o Índio
O dono da
Terra