quinta-feira, 21 de junho de 2012


Este belíssimo poema foi por mim publicado neste espaço em 28 de agosto de 2009, com autoria errôneamente atribuída ao grande poeta amazonense Aníbal Beça, por ocasião de sua partida para a morada dos Ancestrais. Faço a republicação como sincero pedido de desculpas ao autor e reconhecimento público do meu imperdoável erro.  Na postagem original substituí-o por um extraordinário soneto de Beça, que merece ser lido. Lá, ainda, pode ser encontrado o comentário de Luiz Alberto Monjeló, em que apontou o erro cometido, bem como minha resposta-explicação acerca do ocorrido.


Quando eu passar a porta escura

Luiz Alberto dos Santos Monjeló


Quando eu passar a porta escura
e minha ausência deixar saudade
quando sentires minha falta tanta,
e for tamanha a dor que sintas,
abre meu livro em qualquer hora,
e então me leias e me devora.

Vais descobrir minhas lembranças,
de meus amores tempo afora,
das muitas coisas que fui e fiz,
de tantas outras que quis outrora.

Frases de mim, do que fui e sou,
coisas de ti, entre palavras,
falo de amores, falo de mágoas,
falo de tudo porque passei,
porque pequei, porque paguei.

Relembro encontros que me ensinaram,
muitos alguéns que já não importam
Mostro a minha vida que vivo agora,
mais feliz por me entender
e atender meus desejos todos,
alguns tão tolos, outros nem tantos,
mas sempre puros.
Quando eu passar a porta escura,
lembra de mim assim.